O Governo de Mato Grosso do Sul dará início à implantação de salas de situação de saúde binacionais, um projeto pioneiro no país. A iniciativa, que começará em Ponta Porã, com Mundo Novo e Porto Murtinho a seguir, visa integrar dados e ações entre o Brasil e o Paraguai para respostas mais eficientes a emergências sanitárias. A previsão é que a primeira sala, em Ponta Porã, esteja operacional em 30 dias.
A proposta, apresentada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) em reunião binacional, é uma resposta aos riscos sanitários inerentes à intensa circulação de pessoas na fronteira. O projeto contou com a participação do Ministério da Saúde do Brasil, autoridades paraguaias, organismos internacionais, a Secretaria de Saúde do Paraná e as prefeituras das cidades envolvidas.
As salas de situação compartilharão mapas interativos, sistemas de georreferenciamento e análise de dados em tempo real. Equipes técnicas binacionais monitorarão doenças e tomarão decisões conjuntas, representando um avanço na cooperação internacional em saúde pública. Segundo Larissa Castilho, Superintendente de Vigilância em Saúde da SES, esse monitoramento eficaz permitirá respostas rápidas e coordenadas a emergências, beneficiando a população de ambos os países.
A tecnologia desempenhará um papel crucial. Com ferramentas de georreferenciamento e indicadores em tempo real, as salas monitorarão arboviroses, síndromes respiratórias e outros problemas de saúde. Marcos Espindola, Coordenador de Tecnologia da Informação da SES, destaca o desenvolvimento de ferramentas tecnológicas que permitem acesso em tempo real a dados epidemiológicos georreferenciados, integrando os níveis municipal e estadual para agilizar a detecção de surtos.
O Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da SES, já entregou computadores aos municípios fronteiriços para equipar as salas e fortalecer a capacidade de análise e tomada de decisão. A iniciativa tem como objetivo incentivar a adoção da mesma estrutura pelas demais cidades fronteiriças.
Além dos sistemas de alerta, as salas terão bancos de dados unificados com registros de pacientes e histórico de vacinação, além de capacitação de equipes em protocolos padronizados. O cronograma prevê, para o segundo quadrimestre de 2025, o alinhamento de protocolos e definição da infraestrutura. A instalação física das salas está prevista para o terceiro quadrimestre, com avaliação dos indicadores e ajustes no primeiro quadrimestre de 2026. Em Ponta Porã, porém, a implantação está adiantada.
Este modelo visa não apenas ampliar a vigilância e a resposta rápida, mas também embasar decisões para mitigar crises sanitárias, promover ações preventivas e garantir maior eficiência na gestão pública da saúde nas áreas de fronteira. O mapeamento das estruturas de saúde nas cidades fronteiriças, previsto em termo de cooperação entre Brasil e Paraguai, auxiliará a direcionar investimentos e criar uma rede de saúde integrada.