Em sua primeira reunião, as parlamentares mulheres do BRICS discutiram os desafios da inteligência artificial e a proteção dos direitos femininos. O foco central foi a necessidade de a tecnologia ser usada para reduzir, e não aumentar, as desigualdades. A senadora Leila Barros (PDT-DF) defendeu maior participação feminina no desenvolvimento de algoritmos, argumentando que a sub-representação feminina nessa área leva a um viés nos sistemas, replicando preconceitos de gênero em vez de corrigi-los. Ela enfatizou a importância de as mulheres não serem apenas usuárias, mas também arquitetas do processo tecnológico.
Já a senadora Tereza Cristina (PP-MS) destacou o papel crucial da tecnologia no avanço da agricultura e defendeu a liderança feminina nesse setor. Com o Brasil se consolidando na agricultura 4.0, Tereza Cristina argumentou que a inteligência artificial já está presente no dia a dia do campo e que as mulheres, representando mais da metade da população e um percentual significativo dos profissionais formados no país, não podem ficar à margem dessa transformação. Ela propôs a criação de uma agenda comum entre os países do BRICS, combinando centros de pesquisa, plataformas de treinamento e fundos de apoio à digitalização.
A representante chinesa, Qian Fangli, apresentou dados mostrando a crescente participação feminina no mercado digital chinês, com milhões de mulheres empregadas em plataformas de comércio eletrônico e ocupando posições significativas no setor de tecnologia. A representante da Índia, Shabari Byreddi, por sua vez, relatou os avanços indianos em capacitação feminina para tecnologia e o uso de IA em diversas áreas, como a previsão de desastres naturais e a redução da criminalidade. O Irã foi o único país a enviar um representante masculino à reunião, refletindo a baixa representação feminina em seu parlamento.