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Tecnologia

Embrapa e UFMS Inovam com Monitoramento Remoto de Bovinos

Tecnologia pioneira promete melhorar o bem-estar animal e aumentar a eficiência no manejo, reforçando a rastreabilidade e segurança alimentar.

05 fevereiro 2025 - 15h30Por Da redação

A Embrapa Gado de Corte (MS) e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) uniram forças para desenvolver um sistema inovador que monitora a temperatura corporal de bovinos de forma remota. Utilizando um sensor fixado no canal auditivo dos animais, a tecnologia já teve sua patente registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) sob o número BR 10 2024 021350 5. Um dos grandes destaques deste sistema é a instalação que não provoca desconforto aos bovinos, garantindo que o bem-estar animal seja priorizado e, ao mesmo tempo, aumentando a eficiência no manejo.

O desenvolvimento da tecnologia é resultado do trabalho de mestrado de Arthur Lemos, do Programa de Pós-Graduação em Computação Aplicada da Facom-UFMS. A escolha de monitorar a temperatura corporal se justifica pelo fato de que essa medida é um indicador fisiológico crucial para a identificação de infecções, inflamações e períodos de estresse nos animais. Um ponto inovador é que o sistema opera utilizando energia solar, eliminando a necessidade de baterias e reduzindo a influência de variações ambientais nas leituras de temperatura.

Pedro Paulo Pires, pesquisador da Embrapa e um dos pioneiros da pecuária de precisão no Brasil, ressalta que métodos convencionais de medição da temperatura, como o uso de transponders RFID, exigem uma infraestrutura complexa e custosa, além de estressar os animais. A nova tecnologia visa simplificar o processo de monitoramento, proporcionando medições contínuas sem causar desconforto e permitindo a geolocalização do animal. Com a capacidade de enviar dados em tempo real para um servidor acessível ao produtor, o sistema não só reporta a temperatura, mas também gera alertas para situações de risco, como febre e estresse térmico, promovendo uma resposta rápida e eficaz.

A parceria entre a UFMS e a Embrapa não é nova, tendo resultado em cerca de 50 dissertações de mestrado nos últimos 15 anos, mostrando o impacto positivo da pesquisa aplicada na pecuária brasileira. O sistema em desenvolvimento integra conhecimentos de diversas disciplinas, como zootecnia, veterinária, engenharia e computação, para criar soluções que não apenas melhorem o manejo do gado, mas também ajudem a preservar a saúde do rebanho.

Um dos principais benefícios desta inovação é a detecção precoce de enfermidades. Essas doenças, como a febre aftosa, podem se espalhar rapidamente, especialmente em regiões onde a vacinação não é mais obrigatória. A tecnologia também permite o monitoramento do estresse térmico, auxiliando a manutenção da produção de carne e leite, e reduzindo a incidência de doenças no rebanho. A Embrapa está atualmente em busca de parceiros para a produção em larga escala desse dispositivo, visando facilitar o acesso dos pecuaristas à tecnologia.

Além de considerar os benefícios diretos para a saúde animal e a eficiência produtiva, o sistema também contribui para a rastreabilidade da carne, um fator cada vez mais relevante no cenário da segurança alimentar. O monitoramento permanente da temperatura pode ajudar os produtores a atender às exigências sanitárias internacionais e garantir a qualidade do produto final.

O processamento e a importância da patenteamento dessa inovação não podem ser subestimados. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), o patenteamento é um mecanismo de proteção das invenções, conferindo aos desenvolvedores direitos de exclusividade sobre suas criações. A analista Dayanna Schiavi, que acompanha este processo na Embrapa, esclarece que, para a proteção de uma invenção, são necessários critérios de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. A equipe da Embrapa, em colaboração com a UFMS, tem trabalhado rigorosamente para garantir que o sistema de monitoramento atenda a esses requisitos legais, acrescentando não apenas valor ao ativo tecnológico, mas também promovendo o reconhecimento das inovações no mercado.

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