Em entrevista ao programa Giro Estadual de Notícias, o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG), Eduardo Monreal, apresentou os principais tópicos da próxima edição do Interagro, evento que ocorrerá nos dias 5 e 6 de junho na capital sul-mato-grossense. O evento focará em tecnologia, sustentabilidade e valorização do produtor rural, com ênfase em inovação e responsabilidade ambiental.
Monreal, em sua primeira edição à frente do sindicato, destacou a realização do evento na semana do Dia Mundial do Meio Ambiente. Ele enfatizou o objetivo de promover a integração entre o produtor rural e o meio urbano, combinando tecnologia com a preservação das tradições locais. O Interagro contará com a presença de Evaristo de Miranda, especialista em sustentabilidade, que apresentará dados sobre a contribuição ambiental do produtor rural brasileiro. A atuação de agricultores da Área de Proteção Ambiental (APA) da Guariroba, na preservação dos recursos hídricos de Campo Grande, também será destacada, com exemplos práticos de produção responsável como o isolamento de nascentes e o manejo adequado do gado.
Uma das atrações principais será a apresentação de soluções tecnológicas inovadoras, incluindo um aplicativo desenvolvido por Rita Ferrão, ex-presidente da Associação Brasileira de Carbono, para medir carbono e oxigênio no solo via celular. A intenção é facilitar o acesso dos produtores a créditos de carbono, transformando a sustentabilidade em uma fonte de renda. O evento também incluirá a inauguração do Espaço Comitiva, um novo espaço do sindicato para eventos sociais, visando a integração com a comunidade.
Monreal alertou para a disparidade entre a produção recorde esperada de soja e milho (25 milhões de toneladas na safra 2024/2025) e a capacidade de armazenagem do estado (12 a 13 milhões de toneladas). Essa falta de infraestrutura obriga muitos produtores a venderem suas produções precocemente, afetando sua rentabilidade. O sindicato busca parcerias com o governo, cooperativas e o setor privado para solucionar esse gargalo.
A crescente expansão da citricultura em Mato Grosso do Sul, impulsionada por problemas sanitários em outras regiões, também foi abordada. O estado apresenta condições climáticas e de solo favoráveis à atividade, atraindo produtores em busca de orientação técnica. Monreal enfatizou a necessidade de tratar todos os produtores – pequenos, médios e grandes – de forma igualitária, reconhecendo os desafios comuns que enfrentam.
Foi destacado ainda o importante papel do Senar na capacitação dos agricultores, oferecendo cursos que englobam desde a produção até a comercialização, com foco na agregação de valor aos produtos. Monreal reforçou a importância das parcerias com entidades como Famasul, Acrissul e a Associação dos Criadores de Nelore (Nelore MS), ressaltando a necessidade de respeito e valorização dessas instituições para a representatividade do produtor rural.
Por fim, o presidente do SRCG expressou preocupação com a possibilidade de geadas, que podem afetar plantações, principalmente milho, e a saúde dos rebanhos. A necessidade de preparação, garantindo a nutrição animal e pastagens de qualidade, foi enfatizada.