Uma pesquisa recente, analisando 296 relatórios de sustentabilidade publicados por 209 empresas de capital aberto, revelou lacunas significativas na prática, apesar da aparente conformidade com normas internacionais. A pesquisa, conduzida pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), indica que a simples adoção de padrões globais, como os estabelecidos pelo Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade (CBPS), não garante a qualidade e a confiabilidade das informações divulgadas.
A Resolução 193 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), de 2023, tornou obrigatória a adoção dos padrões do CBPS pelas empresas de capital aberto. Embora essa medida represente um avanço na padronização da divulgação de informações ESG (Ambiental, Social e de Governança) com impacto financeiro, a pesquisa demonstra que ainda há um longo caminho a percorrer para garantir a efetiva implementação de práticas sustentáveis e a transparência de sua mensuração nos relatórios corporativos.
A pesquisa destaca a necessidade de um aprofundamento na análise da consistência e da veracidade das informações presentes nos relatórios. A simples conformidade com os padrões internacionais não se traduz, necessariamente, em ações efetivas de sustentabilidade e em relatórios que retratem a realidade das práticas das empresas.