Mato Grosso do Sul experimenta um crescimento econômico impulsionado pelo setor florestal, que se tornou um pilar fundamental da economia estadual. Fruto de políticas públicas eficazes, incentivos fiscais, capacitação profissional e um forte compromisso com a sustentabilidade ambiental, a silvicultura tem transformado profundamente o cenário produtivo e industrial do estado, consolidando-o como líder nacional na produção de celulose e madeira de eucalipto.
Entre 2010 e 2024, a área de florestas plantadas no estado cresceu de forma exponencial, passando de 341 mil hectares para mais de 1,6 milhão — um aumento impressionante de 471%. Nove municípios concentram 87% dessa produção, formando o chamado "Vale da Celulose", uma região reconhecida internacionalmente por sua alta produtividade, inovação e logística eficiente.
Atualmente, Mato Grosso do Sul ocupa a segunda posição nacional na produção de madeira para papel e celulose, respondendo por 24% da produção brasileira de celulose. O estado também detém a segunda maior área plantada de eucalipto, com 1,4 milhão de hectares, e abriga o maior parque industrial de base florestal do país, com 30 indústrias em operação e mais de 7 mil empregos diretos.
Esse crescimento vigoroso tem um impacto direto na economia estadual. Em 2023, o setor florestal contribuiu com 17,8% do PIB industrial sul-mato-grossense, gerando aproximadamente 27 mil empregos diretos e indiretos. As exportações ultrapassaram a marca de US$ 1,49 bilhão, com destaque para os embarques para a China, que absorveu mais da metade dos produtos florestais exportados pelo estado.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, desde 2015, o estado atraiu R$ 125 bilhões em investimentos, com R$ 65 bilhões somente na atual gestão. Ele destaca o setor florestal como um dos principais responsáveis por esse crescimento, sustentando-se em políticas públicas sólidas, orientadas pela sustentabilidade e alta produtividade.
A instalação da primeira fábrica de celulose solúvel em Bataguassu, um projeto da Bracell avaliado em R$ 16 bilhões, representa um novo marco nesse desenvolvimento. Considerado um dos maiores investimentos privados em curso no Brasil, a unidade poderá operar em duas modalidades: produção exclusiva de celulose kraft, com capacidade para até 2,8 milhões de toneladas/ano, ou em modelo misto, incluindo a celulose solúvel, matéria-prima de alta pureza usada na indústria têxtil sustentável.
A concessão de incentivos fiscais foi formalizada em 6 de maio pelos secretários Jaime Verruck (Semadesc) e Flávio César (Fazenda), com a direção da Bracell. O Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) já foi entregue ao Imasul, com a expectativa de emissão das licenças prévia e de instalação até dezembro de 2025.
Além do investimento em Bataguassu, a Bracell também planeja expandir suas operações em Água Clara, onde já produz mudas de eucalipto em uma área de 110 mil metros quadrados. O setor florestal também está alinhado às metas ambientais do estado, como a neutralidade de carbono até 2030, definida em programas como o ProClima e o Plano Estadual de Transição Energética. Com isso, Mato Grosso do Sul se firma como um exemplo de desenvolvimento econômico sustentável e competitivo.