Uma pesquisa realizada pelo Ipsos-Ipec e divulgada na última terça-feira (12 de agosto de 2025) indica que a percepção predominante entre os brasileiros sobre as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros é de que elas são motivadas politicamente. Os resultados revelam que 75% dos entrevistados veem a ação norte-americana como tendo motivações políticas, enquanto somente 12% acreditam que se trata de uma questão puramente comercial. Um pequeno percentual, 5%, considera que as tarifas possuem ambas as motivações, política e comercial. Os 8% restantes não souberam ou preferiram não opinar. Outro dado relevante da pesquisa aponta para uma forte correlação entre a percepção de motivação política das tarifas e a faixa etária. Entre aqueles que identificaram a motivação política, 80% se encontram na faixa dos 45 a 59 anos. A regionalização também mostrou uma tendência: 77% dos entrevistados do Nordeste e do Norte concordaram com a motivação política, seguidos por 72% do Sul e 71% do Centro-Oeste. A pesquisa também analisou a percepção das tarifas por faixa de renda, mostrando uma similaridade na taxa de aprovação da motivação política entre as diferentes classes, variando entre 70% e 77%. A pesquisa não apresentou diferenças significativas entre católicos (76%) e evangélicos (74%) quanto à percepção da motivação política. A pesquisa Ipsos-Ipec entrevistou 2 mil pessoas em 132 cidades brasileiras, entre os dias 1º e 5 de agosto de 2025 – um dia antes da implementação das tarifas de 50%. O estudo possui um nível de confiança de 95%. A pesquisa também investigou a reação dos brasileiros às tarifas e suas implicações. 33% dos entrevistados concordaram totalmente com a medida de Trump, 16% concordaram em parte, 13% discordaram parcialmente, e 30% discordaram totalmente. 7% não souberam ou não quiseram responder. A pesquisa abordou ainda a questão da retaliação por parte do Brasil, mostrando que a maioria dos eleitores do presidente Lula (61%) apoia medidas de retaliação. Já entre os eleitores de Bolsonaro, 56% se opõem à retaliação. Finalmente, o estudo apontou uma mudança na percepção dos brasileiros sobre os EUA após a imposição das tarifas: 38% relataram uma piora na percepção do país, enquanto 6% afirmaram que a percepção melhorou. 51% consideraram que a percepção permaneceu inalterada. Um dado relevante indica que 68% dos entrevistados defendem a diversificação de acordos comerciais, buscando alternativas à dependência dos Estados Unidos, priorizando mercados como o chinês e o europeu. Há ainda o temor da maioria dos brasileiros (60%) de um isolamento internacional como consequência do confronto com os Estados Unidos. |