Uma pesquisa inédita sobre os hábitos de consumo de mídia em Mato Grosso do Sul foi apresentada pelo secretário-executivo de Comunicação do estado, Frederico Souza, durante o 1º Encontro Regional de Rádio e TV, realizado em Dourados. O estudo, elaborado entre 2023 e 2024, com base em 30 mil entrevistas em todos os 79 municípios sul-mato-grossenses, revela dados relevantes sobre o consumo midiático na região. Embora as redes sociais apresentem alta utilização, o estudo demonstra que o rádio e a televisão se mantêm como as fontes de informação mais confiáveis, principalmente nas regiões do interior. Segundo Souza, esses dados são cruciais para o direcionamento estratégico das campanhas governamentais, permitindo ajustar o tom e o formato das mensagens para melhor atingir a população pelos canais que ela realmente utiliza. A pesquisa evidencia a necessidade de uma comunicação pública baseada em dados concretos e conectada à realidade local, descartando suposições e focando nos resultados efetivos da pesquisa. Os números reforçam o impacto dos meios tradicionais de comunicação. No interior, 66% da população ouviu rádio nos últimos 30 dias, e 50% assistem à televisão diariamente. A confiança no rádio atinge 72%, enquanto a confiança nas redes sociais se limita a 25%. Essa credibilidade, segundo Souza, está diretamente ligada à presença constante desses meios no cotidiano da população e à relevância do conteúdo local, que abrange temas diretamente relacionados às comunidades. Diferenças significativas no consumo de mídia foram observadas entre a capital, Campo Grande, e o interior. Na capital, o rádio é mais utilizado durante o trânsito, enquanto no interior, a preferência é pela escuta em casa ou no trabalho. Já em relação à televisão, dois terços dos lares no interior utilizam smart TVs, refletindo o avanço da internet na região. As redes sociais, apesar de estarem presentes em 64% dos lares do interior, apresentam baixa credibilidade: apenas 10% dos entrevistados declararam confiar plenamente nessas plataformas. Essa constatação reforça a ideia de que, embora a internet tenha modificado os hábitos de consumo de mídia, ela não substituiu a confiança que a população deposita em meios tradicionais, como o rádio e a televisão. Para Souza, o investimento em pesquisas como essa é fundamental para uma otimização dos recursos públicos e um aumento do alcance das campanhas governamentais. Em tempos de orçamentos limitados, a necessidade de mensuração do impacto de cada investimento torna-se imperativa. |