Mundo

Pesquisa revela que maioria dos americanos discorda do uso de tropas nas cidades por Trump

Levantamento Reuters/Ipsos indica desaprovação da população americana em relação ao aumento do uso da Guarda Nacional nas cidades e à queda na popularidade do presidente.

8 OUT 2025 • POR Da redação • 14h00

Uma pesquisa recente da Reuters/Ipsos revelou que 58% dos americanos acreditam que o presidente Donald Trump deveria restringir o envio de tropas armadas para lidar exclusivamente com ameaças externas. A pesquisa aponta para um desconforto crescente em relação à escalada do uso da Guarda Nacional para manter a ordem nas cidades dos EUA. 

Uma pesquisa, realizada entre os dias 3 e 7 de outubro, também mostrou uma queda na taxa de aprovação do presidente, que atingiu 40%, um ponto percentual a menos em comparação com o final de setembro. Houve uma diminuição na avaliação do desempenho de Trump no combate ao crime e na gestão do custo de vida das famílias americanas.

O levantamento ocorreu após uma reunião de Trump com generais e almirantes na Virgínia, onde ele afirmou que os Estados Unidos enfrentam um “inimigo interno”. Paralelamente, o presidente enviou tropas armadas para patrulhar cidades governadas por democratas, como Washington e Los Angeles.

Líderes democratas criticaram essas posições como politicamente motivados e entraram com ações judiciais para contestar as decisões. Trump ameaçou invocar uma lei antissedição do século XVIII para evitar decisões judiciais que limitassem as suas ordens de envio da Guarda Nacional às cidades, mesmo contra a vontade das autoridades estaduais e locais.

Uma pesquisa também indicou que 37% dos entrevistados concordam que presidentes de qualquer partido deveriam ter o poder de enviar tropas para um estado, mesmo com a oposição do governador, enquanto 48% discordam. \n \n Trump também invejou tropas para a fronteira dos EUA, alegando uma invasão de crimes criminosos, e ordenou que suspeitos de tráfico de drogas em barcos próximos à Venezuela fossem mortos sem o devido processo legal. Antes de seu discurso aos líderes militares, Trump anunciou que demitiria aqueles de quem não gostasse, o que gerou críticas dos democratas, que viram a atitude como uma tentativa de pressão os militares para apoiarem suas disputas políticas.

Uma pesquisa Reuters/Ipsos revelou que os americanos preferem que as Forças Armadas mantenham uma postura de neutralidade política, com 83% dos entrevistados defendendo que os militares “devem permanecer politicamente neutros e não tomar partido em debates de política interna”, enquanto 10% acreditam que as Forças Armadas deveriam apoiar uma agenda doméstica do presidente.

Aproximadamente um em cada cinco republicanos afirmaram que o Exército deveria apoiar o presidente em disputas políticas. A aprovação de Trump em relação ao combate ao crime caiu para 41%, em comparação com 43% na pesquisa realizada entre 5 e 9 de setembro. No geral, sua taxa de aprovação caiu sete pontos percentuais desde a pesquisa Reuters/Ipsos feita logo após sua posse, em 20 de janeiro, quando ele tinha 47% de aprovação.

A pesquisa Reuters/Ipsos, realizada online, entrevistou 1.154 americanos em todos os Estados Unidos e conta com margem de erro de 3 pontos percentuais.