Ranking Mundial: As cidades mais e menos custosas para se viver
Estudo do Deutsche Bank revela mudanças no custo de vida e na qualidade de serviços em 69 cidades globais.
Um novo relatório do Deutsche Bank, intitulado "Mapping the World’s Prices – 2025", traz um ranking das cidades mais caras e mais baratas do mundo, analisando 69 importantes centros financeiros, de Abu Dhabi a Zurique. A pesquisa, em sua nona edição, avalia uma gama ampla de fatores, desde o custo de aluguéis até o preço de itens e serviços do dia a dia, incluindo celulares, café, cerveja, táxis, ingressos de cinema e roupas, fornecendo uma visão abrangente do custo de vida global.
Luxemburgo, surpreendentemente, lidera o ranking de qualidade de vida, superando cidades tradicionalmente mais ricas como Zurique e Genebra. Essa posição se deve a uma combinação de fatores, incluindo altos salários, transporte público gratuito e uma alta qualidade de vida em geral. O relatório destaca o bom desempenho de Luxemburgo em poder de compra, tempo de deslocamento e níveis de poluição, enquanto os custos com serviços essenciais como energia e água se mantêm relativamente moderados.
Os custos de hipotecas em Luxemburgo também são relativamente baixos em comparação com a renda familiar, aproximando a cidade de outras consideradas mais acessíveis, como Bruxelas e Chicago. Essa constatação contrasta com a percepção predominante entre os moradores locais, onde a habitação continua sendo uma preocupação central, segundo o Politmonitor.
Após Luxemburgo, as cidades com a melhor qualidade de vida são Copenhague, Amsterdã, Viena e Helsinque. O aumento do custo de vida fez com que Zurique e Genebra perdessem posições no ranking. Luxemburgo também se destaca entre as cidades com os maiores salários líquidos, ao lado de Genebra, Zurique, São Francisco e Boston, apresentando um aumento significativo nos últimos cinco anos.
Por outro lado, centros financeiros como Tóquio, Paris, Hong Kong e Londres/Nova York obtiveram pontuações mais baixas em qualidade de vida devido aos altos preços de imóveis, longos tempos de deslocamento e altos índices de poluição.
Uma das principais conclusões do relatório é a ascensão de cidades americanas no ranking de custo de vida. Cidades como Nova York, Boston e São Francisco, antes relativamente baratas em comparação com outras economias desenvolvidas, agora disputam posições com Genebra e Zurique. Essa mudança é atribuída ao fortalecimento do dólar, ao desempenho de Wall Street e ao crescimento do setor de tecnologia nos Estados Unidos. No entanto, o relatório sugere que essa tendência pode estar próxima de seu ápice, pelo menos em termos de preços. Nova York, em particular, se destaca como a cidade mais cara do mundo para se viver no centro, com aluguéis exorbitantes para apartamentos de três quartos.
Em contraste com o crescimento econômico de países como a Índia, o estudo destaca a manutenção de seu baixo custo de vida em comparação com outros países, apesar de sua projeção de se tornar a terceira maior economia do mundo até o final da década.
Além dos indicadores principais, o relatório também inclui dados mais específicos, como o custo de um cappuccino (mais caro em Zurique) e de uma taça de vinho (mais cara em Singapura), além de apontar Seul como o local mais barato para comprar um iPhone novo e Bangalore como a cidade ideal para um encontro econômico.
Em uma análise de longo prazo, o relatório demonstra mudanças significativas na paridade de poder de compra entre as economias. Os Estados Unidos, que em 2000 ocupavam o segundo lugar, atrás apenas do Japão, vivenciaram uma queda e posterior recuperação, enquanto outros países como Nova Zelândia, Luxemburgo, Austrália, Arábia Saudita, República Tcheca e Emirados Árabes Unidos apresentaram ascensão significativa no ranking.