Tecnologia

Parlamentares do BRICS defendem maior protagonismo feminino na liderança tecnológica

Senadoras brasileiras lideram debate sobre inclusão feminina no desenvolvimento da inteligência artificial durante encontro do BRICS.

4 JUN 2025 • POR Da redação • 16h00
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Em sua primeira reunião, as parlamentares mulheres do BRICS discutiram os desafios da inteligência artificial e a proteção dos direitos femininos.  O foco central foi a necessidade de a tecnologia ser usada para reduzir, e não aumentar, as desigualdades. A senadora Leila Barros (PDT-DF) defendeu maior participação feminina no desenvolvimento de algoritmos, argumentando que a sub-representação feminina nessa área leva a um viés nos sistemas, replicando preconceitos de gênero em vez de corrigi-los.  Ela enfatizou a importância de as mulheres não serem apenas usuárias, mas também arquitetas do processo tecnológico.

Já a senadora Tereza Cristina (PP-MS) destacou o papel crucial da tecnologia no avanço da agricultura e defendeu a liderança feminina nesse setor.  Com o Brasil se consolidando na agricultura 4.0,  Tereza Cristina argumentou que a inteligência artificial já está presente no dia a dia do campo e que as mulheres, representando mais da metade da população e um percentual significativo dos profissionais formados no país, não podem ficar à margem dessa transformação.  Ela propôs a criação de uma agenda comum entre os países do BRICS, combinando centros de pesquisa, plataformas de treinamento e fundos de apoio à digitalização.

A representante chinesa, Qian Fangli, apresentou dados mostrando a crescente participação feminina no mercado digital chinês, com milhões de mulheres empregadas em plataformas de comércio eletrônico e ocupando posições significativas no setor de tecnologia.  A representante da Índia, Shabari Byreddi, por sua vez, relatou os avanços indianos em capacitação feminina para tecnologia e o uso de IA em diversas áreas, como a previsão de desastres naturais e a redução da criminalidade.  O Irã foi o único país a enviar um representante masculino à reunião, refletindo a baixa representação feminina em seu parlamento.