Atlas da Violência: disparidades regionais em segurança pública no Brasil
Taxas de homicídio em 2023 revelam grandes diferenças entre os estados brasileiros, com o Amapá apresentando os maiores índices e São Paulo os menores, segundo o Atlas da Violência.
O Brasil registrou uma redução no número de homicídios em 2023, contabilizando quase 46 mil casos, o equivalente a 21,2 assassinatos para cada grupo de 100 mil habitantes. Trata-se de uma queda em comparação com os dados de 2022, segundo o Atlas da Violência, estudo conjunto do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado em 12 de maio de 2025.
No entanto, a pesquisa destaca uma significativa disparidade entre os estados. O Amapá apresentou a taxa mais alta, com 57 homicídios por 100 mil habitantes, enquanto São Paulo registrou a menor taxa, com apenas 6,4 casos. Nove estados apresentaram aumento nas taxas de homicídio: Alagoas (4,7%), Amapá (41,7%), Maranhão (3%), Mato Grosso (1,7%), Mato Grosso do Sul (5,1%), Minas Gerais (3,2%), Pernambuco (8%), Rio de Janeiro (13,6%) e Rio Grande do Sul (0,6%). Uma correção posterior foi feita na reportagem, esclarecendo que o Rio Grande do Norte, inicialmente citado com aumento, na verdade registrou queda em suas taxas.
A taxa nacional de homicídios demonstra uma tendência de queda desde 2021. Sete estados apresentaram taxas abaixo da média nacional: Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. O Atlas atribui a redução nos índices de homicídios a uma 'revolução invisível' na segurança pública, marcada pela substituição do policiamento ostensivo por estratégias baseadas em gestão por resultados, inteligência policial e programas de prevenção multissetoriais. Programas como o 'Estado Presente' (Espírito Santo), 'Paraíba Unida pela Paz', 'Viva Brasília – Nosso Pacto pela Vida' (Distrito Federal) e 'Territórios da Paz' (Pará) são citados como exemplos de sucesso dessas novas abordagens.
O relatório final enfatiza a mudança de paradigma na segurança pública brasileira, deixando para trás o modelo reativo e improvisado, para um modelo mais estratégico e baseado em planejamento, gestão eficiente e dados que comprovem a eficácia das ações.