Maioria dos Brasileiros Defende Demissão de Ministro Lupi, Aponta Pesquisa
Pesquisa AtlasIntel revela que 85,3% da população brasileira acredita que o ministro da Previdência, Carlos Lupi, deve ser demitido após crise no INSS.
Uma pesquisa AtlasIntel divulgada na quinta-feira, 1º de maio, indica que uma significativa parcela da população brasileira defende a demissão do ministro da Previdência, Carlos Lupi. De acordo com o levantamento, 85,3% dos brasileiros entrevistados acreditam que o ministro deve deixar o cargo após a recente crise no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A crise envolve uma operação que investiga um esquema de fraudes que, segundo a Polícia Federal, causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.
A pesquisa também aponta que a grande maioria da população acompanhou de perto o desenrolar dos eventos: 84,4% dos entrevistados declararam ter acompanhado bem o caso, enquanto 15,6% afirmaram ter pouco conhecimento sobre o assunto. A pesquisa ouviu mil brasileiros entre terça e quinta-feira, com margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Quanto ao impacto pessoal da crise, 58% dos entrevistados afirmaram não ter sido vítimas e nem conhecerem pessoas afetadas. Entretanto, 35,6% conhecem indivíduos que sofreram descontos indevidos em seus benefícios do INSS, e 6,4% relataram ter sido vítimas diretamente.
Apesar da pressão pública, o governo, até o momento, sinaliza que Lupi permanecerá no cargo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, embora tenha defendido sua permanência, condicionou essa posição à ausência de novas informações comprometedoras. O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer, por sua vez, criticou a condução do presidente Lula diante da crise e o tratamento dispensado a Lupi, alertando para a possibilidade de saída da bancada de apoio ao governo em caso de demissão do ministro.
A pressão sobre o governo e sobre Lupi na Câmara dos Deputados aumenta a cada dia. A oposição protocolou um requerimento para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes. A decisão sobre a abertura da CPI caberá ao presidente da Casa, Hugo Motta.
Em audiência na Câmara, Lupi se defendeu, alegando que as fraudes investigadas não ocorreram em governos anteriores e que os mentores do esquema estão sendo identificados.