Economia

Fortalecendo a Integração Energética: O Gasoduto Porto Murtinho Campo Grande

Uma Conexão Estratégica para o Transporte de Gás Natural entre Argentina, Paraguai e Brasil

6 MAR 2025 • POR Da redação • 12h00

O gasoduto Porto Murtinho – Campo Grande surge como uma solução estratégica para interligar Argentina e Brasil via Paraguai, sendo o trecho brasileiro de um grande projeto de interconexão transnacional. Idealizado pelo Paraguai, este projeto busca viabilizar o transporte de gás natural argentino ao Brasil, aproveitando a infraestrutura já existente, como o gasoduto GASBOL, que atualmente conecta o Brasil à Bolívia. Além de facilitar a passagem de gás, a iniciativa visa permitir que o Paraguai se integre ao mercado sul-americano de energia, expandindo assim seu acesso ao gás natural.

Com uma extensão prevista de 392 km e 20 metros de largura, o gasoduto percorrerá 11 municípios de Mato Grosso do Sul, aproveitando parte da faixa de servidão do GASBOL nos últimos 29 km. A escolha do traçado considera a minimização de impactos socioambientais e a otimização do uso da infraestrutura existente, priorizando áreas de pastagem e terras agrícolas, enquanto respeita unidades de conservação e comunidades locais. Contudo, o projeto também enfrenta desafios significativos, como a travessia de terrenos com relevo montanhoso e a proximidade de assentamentos, além da necessidade de conduzir atividades de construção de forma ambientalmente responsável.

O gasoduto foi projetado para transportar até 15 milhões de metros cúbicos de gás por dia, com um diâmetro de 32 polegadas, similar ao gás já transportado pelo GASBOL. Apesar dos altos custos de construção devido à extensão do trajeto e às exigências técnicas, a execução do projeto é considerada viável, especialmente com o potencial de expandir a capacidade de transporte e integrar novas fontes de gás, como a importação de gás liquefeito de Vaca Muerta. O dimensionamento realizado indica que não há restrições significativas para o escoamento de gás, permitindo assim um fluxo contínuo ao Brasil, especialmente à medida que a produção boliviana se estabiliza.

Mato Grosso do Sul também está em discussões com o Paraguai para a construção de um novo gasoduto de 1.050 km, que transportará gás natural de Vaca Muerta, atravessando o Chaco paraguaio até Campo Grande. Apesar da ambição do projeto, ainda existem desafios a serem superados, como a necessidade de financiamento e a definição de preços viáveis para todos os envolvidos. As autoridades locais acreditam que a viabilidade do projeto pode abrir novas oportunidades de integração energética na região, reforçando a segurança do suprimento de gás para o Brasil e fortalecendo as relações econômicas entre os países.