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Pesquisa revela: maioria dos americanos rejeita ataque direto a Irã

Enquete do Washington Post indica que 45% dos estadunidenses se opõem a intervenção militar direta, enquanto apenas 25% a apoiam; 30% estão indecisos.

23 junho 2025 - 15h00Por Da redação

Uma pesquisa recente do jornal americano The Washington Post revelou que a maioria dos americanos se opõe a uma intervenção militar direta dos Estados Unidos em um possível conflito com o Irã. De acordo com os resultados da enquete, divulgados na quinta-feira (19), 45% dos entrevistados rejeitam um ataque aéreo americano contra o Irã. Este número representa uma diferença significativa de 20 pontos percentuais em relação aos 25% que se mostraram favoráveis à ação militar.  Chama atenção, ainda, o expressivo percentual de 30% que declarou indecisão quanto à questão.

A pesquisa foi publicada no mesmo dia em que a Casa Branca anunciou que o presidente Donald Trump tomará uma decisão sobre uma possível intervenção direta no conflito dentro de duas semanas. O jornal Wall Street Journal havia reportado na quarta-feira (18) que Trump já teria aprovado planos de ataque, mas aguardaria por uma possível desistência do Irã de seu programa nuclear.

Enquanto isso, o cenário diplomático segue tenso. Nesta sexta-feira (20), o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, se encontrou em Genebra com seus pares da França, Alemanha e Reino Unido, além da chefe de política externa da União Europeia. O objetivo é tentar retomar as negociações diplomáticas.  No entanto, Araghchi declarou que o Irã só retornaria às conversas se Israel interrompesse seus ataques, que já duram uma semana.

A pesquisa do Washington Post também revelou uma divisão partidária. Dois terços dos democratas se opõem aos ataques, enquanto entre os republicanos há um cenário mais dividido: 47% apoiam, 24% se opõem e 29% estão indecisos. Os independentes demonstram uma oposição ligeiramente maior, com mais de um terço indecisos.

Entre os eleitores de Trump, 46% apoiam os ataques aéreos, 26% se opõem e 28% não sabem.  Este quadro complexo pode influenciar a decisão de Trump, que terá o desafio de equilibrar sua postura contra intervenções militares em “guerras eternas” com a pressão interna por uma resposta contundente à ameaça iraniana.

Sete em cada dez americanos relataram estar bem informados sobre os ataques aéreos entre Israel e Irã, mostrando alta conscientização sobre o conflito.  Ainda que a maioria, mesmo entre os mais informados, se oponha ao envolvimento direto dos EUA, o apoio à participação americana é maior entre este grupo.

Preocupação com uma guerra em larga escala com o Irã também se mostra presente, atingindo cerca de 40% que se declararam “muito preocupados”.  Embora haja divergências partidárias, a preocupação é transversal: mais da metade dos democratas, 40% dos independentes e menos de 30% dos republicanos se declararam “muito preocupados”.

A enquete também abordou a percepção da ameaça do programa nuclear iraniano aos EUA.  Um em cada cinco americanos o considera uma “ameaça imediata e séria”, quase metade o classifica como “ameaça relativamente séria” e um terço como algo menos ameaçador.  Os republicanos se mostraram mais propensos a considerar o programa iraniano como uma ameaça imediata do que democratas ou independentes, embora a maioria dos republicanos ainda o classifique como “relativamente séria”.

A pesquisa do Washington Post foi conduzida por meio de mensagens de texto em 18 de junho de 2025, com uma amostra de 1.008 adultos americanos, sendo ponderada para refletir a demografia do país. A margem de erro é de 3,6 pontos percentuais.