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Medo de Terceira Guerra Mundial Assola a Europa

Pesquisa revela crescente temor europeu de conflito global, com franceses exibindo maior pessimismo.

18 junho 2025 - 13h34Por Da redação

Desde a invasão russa na Ucrânia em 2022, o aumento dos gastos militares, impulsionado pelo retorno de Donald Trump à presidência americana, acendeu o alerta na Europa.  A ênfase de Trump na autodefesa nacional e o apelo por maior investimento militar por parte dos aliados da OTAN geraram um aumento nos gastos com defesa na União Europeia e em países como Alemanha, Polônia e Reino Unido. No entanto, essas medidas parecem insuficientes para aplacar o medo da população.

Uma pesquisa YouGov, divulgada em maio, revelou um temor significativo nos EUA e na Europa sobre a iminência de uma Terceira Guerra Mundial.  Os europeus demonstraram menor confiança do que os americanos na capacidade de suas forças armadas em garantir sua defesa.  A pesquisa, que abordou a probabilidade de um conflito global nos próximos cinco a dez anos, apontou os franceses como os mais pessimistas: 55% acreditam em grandes ou razoáveis chances de uma guerra mundial até 2035, seguidos por espanhóis (50%), italianos (46%), americanos (45%), alemães e britânicos (41%).

Em todos os seis países pesquisados, a maioria previu o uso de armas nucleares em uma Terceira Guerra Mundial (entre 68% e 76%) e considerou que tal conflito seria mais mortal que as guerras anteriores (entre 57% e 73%).  Entretanto, uma divergência significativa surgiu entre americanos e europeus quanto à confiança nas forças armadas locais. Enquanto 71% dos americanos expressaram confiança em seu exército, apenas 16% dos alemães, 20% dos italianos, 32% dos espanhóis e 37% dos britânicos compartilharam o mesmo sentimento.  Na França, 44% confiaram em sua capacidade militar, enquanto 43% demonstraram pouca ou nenhuma confiança.
A pesquisa também investigou as possíveis causas da Terceira Guerra Mundial.  As tensões entre a Europa e a Rússia foram apontadas por uma porcentagem significativa de entrevistados em todos os países, variando de 69% (americanos) a 85% (britânicos).  O terrorismo islâmico também foi apontado como fator desencadeante, com porcentagens variando de 65% (italianos) a 78% (alemães).

Em resposta ao ceticismo europeu, o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, defendeu um aumento de 400% nos gastos com defesa aérea e antimísseis, ressaltando a necessidade de um salto quântico na defesa coletiva.  O aumento dos gastos com defesa, com Trump propondo 5% do PIB para todos os membros da OTAN, será tema central de encontro da organização em Haia na semana seguinte.  Resta saber se os governos da aliança responderão adequadamente aos temores de sua população.
 

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